A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS) repudia o comentário machista feito pelo técnico do Internacional, Guto Ferreira, para a repórter Kelly Costa, do Grupo RBS. Após a partida do time contra o Luverdense, no Beira-Rio, nessa terça-feira, dia 18, a jornalista questionou se o comandante da equipe reconhecia falhas técnicas durante o jogo. Em sua resposta, Ferreira falou que Kelly é “mulher e, de repente, não jogou”.
Depois da coletiva de imprensa, o técnico procurou a jornalista para se retratar. Na manhã desta quarta-feira, dia 19, ele reforçou o pedido de desculpas no programa Redação SporTV. Ocorre que esse ataque contra uma profissional de imprensa não é um caso isolado, e o clube deveria procurar formas de promover ações educativas para preveni-los. O goleiro Danilo Fernandes, por exemplo, recentemente se exaltou e proferiu um palavrão em ofensa a jornalistas ao deixar o campo.
“Independentemente da situação do time, deveria haver o bom senso de que não se pode atacar outros profissionais gratuitamente. É lamentável que jornalistas mulheres tenham que sofrer com o sexismo”, avalia o presidente do SINDJORS, Milton Simas.
“Ser mulher no jornalismo esportivo é heroísmo”, desabafou Renata Medeiros, colega de Kelly, nas redes sociais. Constatação essa que, infelizmente, não foge da realidade. “E, gostem ou não, caras, a gente vai continuar. Não porque queremos ser melhor que vocês. Apenas porque queremos mostrar que merecemos o mesmo respeito que vocês têm”, finalizou.
No futebol, o que vemos dentro e fora de campo, para além do esporte, são, não raras, agressões físicas e verbais, geralmente associadas a alguma forma de preconceito. É um fato que precisa ser combatido com o empenho de clubes, de torcidas, da sociedade de modo geral.
Imprensa / Sindjors