O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionaisdo Rio Grande do Sul (SINDJORS), Milton Simas Junior, os diretores Guilherme Oliveira e André Pereira, a integrante do Conselho Fiscal do sindicato e presidente da Comissão de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Vera Daisy Barcellos, e a diretora da entidade, Beth Costa, participaram, no sábado, dia 28, da inauguração do Memorial Luiz Carlos Prestes, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em Porto Alegre, terra natal do homenageado.
Para Simas, a obra única do genial Niemeyer na capital gaúcha enriquece o patrimônio cultural e arquitetônico de Porto Alegre para sempre. “Mas, sobretudo, homenageia a trajetória singular de Prestes, reverencia sua luta de resistência democrática e preserva o legado de defesa da soberania do país”, destacou.
Os organizadores do evento, integrantes da Associação Memorial Luiz Carlos Prestes, reconheceram todos os que pavimentaram a construção, de Dulphe Pinheiro Machado e Paulo Ricardo Petri in memoriam, ao vereador Vieira da Cunha autor do projeto de lei que deu legitimidade legislativa ao empreendimento, ao prefeito Olívio Dutra, que doou o terreno da municipalidade e o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveleto, que partilha o local e canalizou recursos financeiros para erguer o prédio onde predomina a cor vermelha, em tons que se alternam conforme os percalços e as glórias da vida do Cavaleiro da Esperança, como o chamou Jorge Amado.
O compositor e cantor Taiguara, autor da música, cujo título é exatamente a consigna de autoria do escritor baiano, foi representado pelo filho, o também músico Lenine Garcia, que realizou uma apresentação musical no palco armado na área externa do Memorial. Neste local protegido da garoa do entardecer, representantes de entidades e partidos políticos se pronunciaram, salientando a necessidade de inspirarem-se nas lições de Prestes. Entre muitos, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e Jair Krischke, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
A professora Gorete Grossi, que fez o papel de mestre de cerimônia do ato da inauguração oficial, ainda citou o secretário estadual de Segurança e o secretário municipal de Cultura que igualmente colaboraram para o sucesso do evento. Atentos soldados da BM e sigilosos policiais civis não permitiram que os sempre belicosos provocadores do MBL praticassem a intolerância e o ódio que infestam as redes sociais e algumas pregações nas tribunas da colendas municipal e estadual. E as poucas vaias esboçadas dirigidas ao secretário do prefeito tucano da capital foram amortecidas pelo soar do brado mais forte e convicto do "Fora, Temer!" que ecoou, em vários momentos, na sonoridade acústica entre os vãos e as curvas da engenhosa obra.
O professor Geraldo Barbosa, presidente da Associação do Memorial, dividiu com seu vice Edson Santos e o diretor de Patrimônio Ronald Moreira as congratulações pelo árduo trabalho de quase três décadas em que a própria lei autorizando a obra foi modificada, com o apoio do prefeito José Fogaça, afirmando a relevância e o significado do prédio, como fez, na semana passada, a maioria dos vereadores da Câmara da capital.
Barbosa ainda leu uma carta enviada do Rio de Janeiro pela filha do laureado, Anita Benário Prestes - que não esteve presente por estar doente - e a parte derradeira de uma reflexão de Oscar Niemeyer a respeito do projeto que produziu para agraciar o amigo comunista.
Datado de 2008 e detalhando a intenção de eternizar a caminhada de Prestes a partir dos 26 anos, quando liderou a coluna famosa pelo país, o texto "Não basta louvar" surpreende também pela atualidade, já passada quase uma década.
“Reli este texto e sinto que não basta louvar o passado”, escreveu Niemeyer. “O importante é continuar essa luta por um mundo melhor que o império de Bush procura em vão obstruir”.
Imprensa/SindJors