O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) colocou-se à disposição da categoria para acolher denúncias e agressões, independente da origem, durante o julgamento da apelação do ex-presidente Lula no TRF4 na última quarta-feira, 24 de janeiro. A entidade não recebeu nenhuma informação, mas não pode ficar alheia aos relatos em relação a violências e intolerâncias ocorridas no dia do julgamento. A repórter Fernanda Farias e o cinegrafista Márcio Godoy, da TV Band do Rio Grande do Sul, foram ofendidos e expulsos dos arredores do Anfiteatro Pôr do Sol por manifestantes contrários à condenação do ex-presidente. Embora não tenha havido feridos, a cobertura jornalística não pôde ser realizada. Isso é grave.
Também o repórter Rafael Moro Martins, do Intercept Brasil, foi agredido em São Paulo, por manifestantes a favor da condenação de Lula. O jornalista levou um tapa na mão e teve o celular derrubado enquanto filmava o acampamento onde se concentravam os militantes. “Não toleramos a violência e a intolerância contra repórteres, que têm direitos resguardados pela Constituição. Não podemos concordar com estas práticas, pois os profissionais foram sonegados de informar à sociedade o que ocorria durante o julgamento. Ninguém pode ser calado”, enfatiza o presidente do SINDJORS, Milton Simas Junior.
Ao mesmo tempo, a entidade lamenta a prisão por um dia de militantes do Mídia Ninja. Todos estavam no exercício de seu ofício e tiveram usurpados seus direitos à informação. “Mesmo que nesta época difícil de retrocessos estes profissionais ainda não sejam associados a nossa entidade, defendemos que tenham espaço à informação neste momento diferenciado da comunicação de massa”, destaca Simas. "Mais do que nunca os jornalistas precisam estar organizados em seu Sindicato para lutar e garantir seus direitos", completa o dirigente.
Fonte: Imprensa SINDJORS
