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Jornalismo, história e literatura perdem com a morte de João Batista Marçal

O jornalismo e a história gaúcha estão mais pobres desde a manhã desta sexta-feira (23 de fevereiro) com a morte de João Batista Marçal, 76 anos. Natural de Quaraí, na fronteira com o Uruguai, era comunista e reconhecido como pesquisador incansável dos movimentos sociais e sindicais. Trabalhou em pequenos veículos e na grande mídia, na capital e no interior, e foi autor de mais de 20 livros, sendo "Memória histórica da Imprensa de Uruguaiana" o mais recente.

 

Em sua carreira como historiador, Marçal foi pioneiro ao retratar na década de 80 as lutas operárias do Rio Grande do Sul. Era dono de uma Hemeroteca que reunia todas as coleções de jornais de esquerda do Rio Grande do Sul do século XX.

 

Marçal trabalhou em mais de 10 rádios da capital, consolidando-se como radialista popular de grande prestígio. Na primeira emissora, em sua cidade, o chamado “índio charrua” comandou com sua tradicional eloqüência o programa a Voz do Estudante. Foi daí que surgiu seu perfil guerreiro e revolucionário, tendo participado da primeira greve operária. Quando chegou em Porto Alegre em 1963, trabalhou como metalúrgico. Com a instalação do golpe civil-militar de 1964, participou de movimentos paredistas, o que lhe rendeu muitas prisões. 

 

Foi repórter policial em Zero Hora e, mais tarde, trabalhou na rádio Gaúcha e no jornal Diário de Notícias, onde atuou nas editorias de Polícia, Geral, Nacional, Internacional e Cultura. Nos anos 70 e 80, esteve no Caderno de Sábado, do Correio do Povo.

 

As causas da morte são desconhecidas, e o velório ocorrerá no cemitério de Viamão, onde o corpo será cremado na amanhã deste sábado, 24. Marçal deixa cinco filhos. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS) lamenta a morte de seu associado e presta solidariedade à família e legião de amigos.

 

Fonte: Imprensa/SINDJORS

Publicada em 23/02/2018 03:00


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