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Seminário Internacional sobre Mídia e Violência de Gênero premia melhores trabalhos na área

Florianópolis (SC) recebe nesta sexta e sábado, dias 16 e 17 de maio, o Seminário Internacional sobre Mídia e Violência de Gênero. Como parte integrante da campanha “Jornalistas dão um Ponto Final na Violência Contra Mulheres e Meninas”, o encontro reúne profissionais da comunicação para debater a prática da mídia na divulgação de conteúdos relacionados à violência de gênero.
 
A campanha, que tem como objetivo incluir o tema na pauta do trabalho jornalístico, é promovida pela Casa da Mulher Catarina e pela Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e dos sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
 
Durante o seminário será realizada a entrega do Prêmio Nacional de Jornalismo sobre Violência de Gênero aos vencedores de categoria. Pioneiro a homenagear e incentivar a produção jornalística sobre o tema no Brasil, o prêmio escolheu como melhor reportagem de mídia impressa o material produzido por uma profissional gaúcha.
 
Kamila Almeida, repórter do jornal Zero Hora, contou a história de mulheres vítimas da violência doméstica a partir do entendimento dos seus filhos. Isso porque, ao conceber a reportagem Órfãos da Violência Doméstica, a jornalista percebeu que essas crianças e adolescentes eram deixadas de lado pelas políticas públicas que tratam do tema.
 
O trabalho de Kamila foi veiculado pelo jornal em 28 de abril de 2013. Em um caderno especial de oito páginas, ela apurou a situação de 157 órfãos, a partir do assassinato de 99 mulheres por crime passional em 2012 no Rio Grande do Sul.
 
A jornalista já escreveu outras matérias sobre o assunto. “Esse não é um tema que todo mundo se interessa em escrever ou ler”, avalia. Ela conta que, depois de terminar a primeira matéria sobre a violência contra mulheres, teve a sensação de que o problema não tem solução. Contudo, diante da falta de fontes que pudessem falar sobre alguns aspectos relacionados à violência, Kamila não se acomodou. Hoje ela faz mestrado em Ciências Sociais. “Não sei se vou ter uma resposta, mas senti necessidade de realizar um trabalho nessa área”, conta.
 
Além da premiação, o trabalho de Kamila contribuiu para que o poder público observasse a necessidade de prestar atenção nos órfãos desse tipo de violência. Enquanto realizava a reportagem, o Congresso Nacional criou uma Comissão para tratar da violência contra a mulher. A jornalista fez, então, contato com a relatora da CPMI, que disse não ter pensado sobre o tema para o debate. Essa questão foi então incluída na pauta.
 
Kamila contou com o apoio de vários colegas para realizar a reportagem. A ideia de alertar para o alto número de mulheres que perderam a vida no lar partiu do seu editor à época, Sergio Villar. A editora de vídeo Marlise Brenol foi quem sugeriu abordar o ponto de vista dos órfãos. Nos quatro meses de trabalho de campo, Kamila teve a colaboração do pauteiro Jaisson Valim e dos colegas das sucursais no interior. As fotos foram feitas por Tadeu Vilani e Adriana Franciosi.
 
Premiação em todas as categorias
 
Mídia Impressa
Órfãos da Violência Doméstica – RS
Kamila Silva de Almeida
 
Rádio
Tráfico de Mulheres na Região da Amazônia – AM
Gecilene de Aguiar Salles
 
Televisão
Pedofilia em Coari (AM) – RJ
Monica Teixeira Marques
 
Menção honrosa
A jornalista Cristine Gallisa, repórter da RBSTV de Porto Alegre, recebeu menção honrosa pela reportagem A violência que não é física – Mulheres vítimas de estelionato e outros tipos de violência não reconhecem o problema e demoram a procurar ajuda
 
 
 
Fonte: Imprensa/SINDJORS
 
Publicada em 16/05/2014 17:54


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