Mais de 35% das mulheres do mundo já sofreram violência de gênero, segundo a Organização Mundial da Saúde. Suas causas estão diretamente relacionadas a aspectos socioculturais, constituídos e disseminados na sociedade.
Procurando discutir o tema com formadores de opinião, a Casa da Mulher Catarina e a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, em parceria com os sindicatos dos jornalistas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, desenvolveram a Campanha “Jornalistas dão um Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas”.
A iniciativa é um desdobramento da campanha latioamericana “Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas”, que propõe incentivar boas práticas jornalísticas e instrumentalizar profissionais da comunicação sobre o tema, realizando duas ações principais.
A primeira, diz respeito ao Prêmio Nacional de Jornalismo e Violência de Gênero. A ação premiou jornalistas inscritos em quatro categorias: jornalismo impresso, rádio, TV e outras mídias, além de oferecer menções honrosas a outras reportagens que trataram da violência de gênero contra mulheres e meninas, observando com sensibilidade o tema e sua apresentação para a sociedade.
Foram 82 reportagens inscritas. Vale ressaltar que desse número, 67 matérias são de autoria de jornalistas mulheres. A premiação aconteceu em Florianópolis, em solenidade que compôs a programação da segunda ação da campanha: o Seminário Internacional sobre Mídia e Violência de Gênero, nos dias 16 e 17 deste mês.
O Seminário encerrou com a produção da Carta de Florianópolis, onde participantes expuseram a necessidade de dar continuidade à iniciativa do prêmio e da etapa de formação na qual se propôs. Pelo SINDJORS, estiveram presentes o presidente, Milton Simas, e a segunda vice-presidenta, Vera Daisy Barcellos, que participaram da mesa em que os jornalistas premiados relataram suas experiências profissionais e o processo de produção das reportagens. Do Rio Grande do Sul, representando a ONG Coletivo Feminino Plural, também esteve presente a jornalista Télia Negrão, coordenadora da Campanha Jornalistas dão um Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas.
Depoimento de vítima
O tema também foi abordado em atividade na Assembleia Legislativa, na manhã da segunda-feira, dia 19. Em depoimento, a jovem Bárbara Penna de Moraes e Souza compartilhou com os presentes sua história, que hoje a inspira ao enfrentamento da violência praticada contra mulheres e seus familiares. Proposta do deputado Aldacir Oliboni (PT), ela falou na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos.
Hoje com 20 anos de idade, Bárbara foi vítima da violência quando, em 7 de novembro de 2013, foi espancada pelo então companheiro. Em seguida, ele teria ateado fogo nela e no apartamento onde residiam empurrando-a pela janela do 3º andar. O incêndio causou a morte dos dois filhos de Bárbara e de um vizinho que tentou salvar as crianças.
Fonte: Imprensa/SINDJORS
Publicada em 21/05/2014 17:27
