A atuação das comissões de éticas dos sindicatos de jornalistas do Brasil é tema de artigo publicado na edição de Set/Dez 2015 da revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Intitulado “Comissões de ética dos jornalistas: atuação, visibilidade e efetividade”, o texto, do jornalista Rogério Christofoletti, foi construído através da análise de sites dos 31 sindicatos dos Brasil e entrevistas com integrantes de 25 comissões, incluindo o SINDJORS. O download da publicação na íntegra pode ser feito ao fim da matéria.
O ponto de partida de Christofoletti foi a punição, em junho de 2015, da jornalista Joice Hasselmann, pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná. O processo foi iniciado em agosto de 2015 após a denúncia de 42 profissionais de quatro veículos diferentes. Comprovado o plágio, ela foi excluída do quadro da entidade. Pelo facebook, a jornalista se mostrou indignada.
Para o pesquisador, a resposta de Joice não demonstra apenas que não concorda com a sentença. "Demonstra também a extrema fragilidade do sistema deontológico dos jornalistas no Brasil, dado o limitado alcance das sanções previstas no código de ética da categoria”, afirma. No caso de jornalistas sindicalizados, por exemplo, as punições são a “observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.”
O artigo analisa a baixa efetividade dos órgãos de ética. Dos 25 integrantes contatados, 76,9% afirmaram que suas comissões recebem denúncias “raramente” e 23,1% “muito raramente”. A opção “frequentemente” não foi assinalada por ninguém.
"É importante lembrar que os códigos de ética são documentos sem força de lei, dependendo da assunção de seus valores pelos profissionais da área, e de suas consciências e convicções” assinala Hasselmann.
Além de concluir que as Comissões de Ética precisam de mais visibilidade tanto nos sites dos Sindicatos quanto nas ações do dia-a-dia, o pesquisador entende que os órgãos precisam estender suas funções, “atribuindo-lhes funções para além das de um tribunal ético, estendendo a ações pedagógicas, de orientação e de discussão de questões deontológicas com a sociedade interessada“.
Fonte: Comunicação / SINDJORS
Publicada em 25/01/2016 16:46
