Notícias


Comunicadores gaúchos se unem em manifestação contra o golpe e a favor da democracia

O dia 1º de abril ganhou novo significado em Porto Alegre neste ano de 2016. A partir da iniciativa de um grupo de comunicadores, unidos com o propósito de manifestar-se contrários a pauta única da tentativa de golpe imposta pela grande mídia brasileira, jornalistas e mídia ativistas lançaram o manifesto "Em defesa da democracia contra a desinformação e o ódio".
 
Para o ato, mais de 50 pessoas se reuniram na noite de sexta-feira no bar Paraphernália, no bairro Cidade Baixa, compartilhando o sentimento de que juntos é possível caminhar em direção a garantia dos direitos conquistados e defendido pelo povo nas ruas nos dias 18 e 31 de março.
 
Sob fortes aplausos e gritos de "Não vai ter golpe, vai ter luta!", o manifesto foi aclamado pelos comunicadores presentes no evento. A noite seguiu com a explanação de jornalistas e ativistas da área, que expressaram a importância da união desse grupo na luta pela democratização da mídia e manutenção dos direitos constitucionais.
 
Marco Weissheimer, que construiu o manifesto, disse que o texto nasceu da consciência da gravidade do momento. Se dar conta que estão juntos. "Ato marca a intenção de promover ações em comum, ligando a comunicação reflexões de natureza histórica. Estamos vivendo um estado de crescente cerceamento de direitos constitucionais e os comunicadores têm papel importante de não deixar passar batido", afirma.
 
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS), Milton Simas, lembrou em sua fala que 52 anos atrás a entidade lutou contra o golpe civil-militar. "Hoje não poderíamos ter outra postura", destaca. À categoria, Simas conta estar passando o alerta sobre o papel que os jornalistas devem adotar nesse momento histórico: "vamos levar conosco o que aprendemos nos bancos escolares, a trabalhar com ética e com a pluralidade da informação".
 
Em sua fala, o jornalista Rafael Guimaraens lembrou dos colegas que iniciaram a carreira profissional durante a ditadura e faz uma relação com o momento atual. "A mídia está passando de qualquer limite de decência em tratar do assunto. Pessoas estão começando a perceber a necessidade de não ter golpe", avalia. Ele questiona o público "que Brasil a gente quer daqui para frente?" e defende que não podemos ficar isolados.
 
Encerrando as manifestações da noite, o jornalista Moisés Mendes lembra da luta permanente pela democracia. "Enfrentamos agora uma batalha específica e participamos de uma resistência para que golpe não aconteça", conclui.
Publicada em 04/04/2016 21:15


Copyright © SINDJORS. Todos os Direitos Reservados.