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Mário Magalhães realiza debate sobre imprensa plural no 36º Congresso Estadual dos Jornalistas

Com mais de 20 prêmios e menções honrosas no currículo, o jornalista Mário Magalhães vem a Porto Alegre participar do 36º Congresso Estadual dos Jornalistas, que acontece nos dias 7 e 8 de março na Câmara Municipal de Vereadores. Magalhães apresentará o painel “O papel do jornalista na construção de uma Imprensa Plural”, que abre as atividades do evento na sexta-feira, dia 7, a partir das 19h.

Para falar sobre o debate que pretende desenvolver com os colegas de profissão, o jornalista respondeu algumas perguntas sobre a conferência, o episódio envolvendo o repórter cinematográfico Santiago Andrade e sobre o sucesso de sua obra “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”, que será transformada em filme na estreia de Wagner Moura como diretor.

Lançada em 2012, a obra narra a trajetória política de Carlos Marighella, um dos principais organizadores da resistência contra o Regime Militar no Brasil, a partir de 1964. O ator Wagner Moura e a produtora O2 receberam de Magalhães os direitos de adaptação do livro que, segundo informa o autor, se transformará em um filme de ficção. “A biografia que eu escrevi não tem um espirro que não tenha ocorrido”, ressalta. Para evidenciar essa declaração, Magalhães incluiu, ao final do volume, 2.580 notas com a origem de todas as informações contidas no livro. Sobre a possibilidade de contribuir para a elaboração do longa, o jornalista conta que “minha contribuição já foi dada: com a biografia, que nada mais é do que uma reportagem, o gênero mais nobre do jornalismo”.

Magalhães é formado em jornalismo pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e tem passagem pelos jornais “Tribuna da Imprensa”, “O Globo”, “O Estado de São Paulo” e “Folha de São Paulo”, onde foi repórter especial, colunista e ombudsman. Autor de um blog que leva o seu nome, o comunicador faz da coincidência de ter nascido em data próxima ao golpe de estado, que privou a sociedade e o jornalismo brasileiro da liberdade de expressão, motivo para lutar por ela em seu trabalho.

“Uma das características essenciais do jornalismo é o seu caráter de serviço público, mesmo quando exercido por companhias privadas” diz Magalhães quando questionado sobre o desafio do profissional em dialogar com uma sociedade que, em partes, não aceita a representação do jornalista na mediação de acontecimentos do seu interesse. Podemos tomar como exemplo a série de manifestações que se desencadearam em todo o Brasil no último ano, onde os participantes utilizaram formas alternativas para se comunicar, que não precisasse passar pela mídia.

Considerada por Magalhães como um ceticismo saudável da população em relação ao jornalismo, essa situação pode ser observada como um termômetro para a atuação da imprensa. “Antes, tínhamos o virtual monopólio da informação e do debate público” observa Magalhães, que não concorda com o excesso de opinião repassada pelos profissionais de comunicação brasileiros. Ele entende o jornalismo como necessário para a construção de uma sociedade democrática e a realidade aflorada com a livre manifestação de opiniões contribui para isso. “Agora, somos criticados e cobrados, o que também é positivo”, complementa.

O recente episódio envolvendo o colega da Rede Bandeirantes Santiago Andrade expõe a vulnerabilidade a que os profissionais de imprensa são submetidos no exercício da profissão. Atingido por um explosivo enquanto realizava a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro, Andrade foi vítima tanto daqueles que temem o que pode ser documentado quanto da falta de preparo para realizar a cobertura de um conflito. Magalhães classifica como inaceitável o ataque ou a eliminação física dos repórteres, e também a falta de segurança oferecida pelas empresas jornalísticas.

 

Sobre o Congresso


Com o tema “O Jornalismo, o Jornalista e a Democracia”, 36º Congresso Estadual dos Jornalistas irá debater a contribuição dos profissionais da comunicação para a construção de um estado democrático. Os interessados em participar podem entrar em contato com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) através do e-mail sindjors@jornalistasrs.org informando o nome completo, empresa em que atua ou instituição de ensino e telefone para contato.

Estudantes e sócios em dia com o Sindicato estão isentos do pagamento. Para profissionais não sindicalizados o investimento é de R$ 20,00. O valor pode ser quitado na abertura do evento ou depositado na conta do SINDJORS, que pode ser obtida em contato telefônico junto ao sindicato. Aqueles que optarem por esta modalidade devem apresentar o comprovante de depósito durante o credenciamento.


Fonte: Imprensa/SINDJORS

Publicada em 17/02/2014 21:02


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